quinta-feira, 15 de abril de 2010

Despedida de um grande amor.

Olho da janela do quarto chuva caindo sem parar...Ventos de açoite da noite assoviando parecem deixar ainda maior a sensação de vazio que sinto quando penso em nós.
Os desejos se confundem e a saudade vem trazendo cenas que a poucos instantes eu fazia questão de esquecer.
Como não lembrar...Como não querer voltar ?
Tudo aconteceu numa primavera...Os raios do sol de setembro se abriam,as manhãs ardiam em ouro vivo...As flores se desabrochavam ,deixavam perfumes pelo ar.
O azul do céu se fundia no mar,o vento soprava de maneira leve e a sensação que eu tinha era de abrir os braços e querer voar.
Era assim...As palavras doces que eu ouvia ainda no primeiro raiar do dia, enquanto a cidade dormia,aqueciam a minha alma e me impulsionava a querer ainda mais viver aquela paixão desenfreada que enchia meu estômago de borboletas inquietas.
Uma nova estação nascia e eu estava mesmo em estado de graça.
O bem estar que aflorava dentro de mim dia após dia era algo indecifrável ,a vontade de querer dar certo crescia,os medos eram cada vez menores,e não fazia diferença nenhuma pra mim seguir um caminho que me levasse a um campo onde eu deitaria e descansaria ou a um abismo; Eu estava ali e queria ir!
Depois de tanto tempo o amor tinha criado forma,tinha cor e tinha nome. Eu tinha recebido a chance de amar um anjo,mais humano do que qualquer mortal,com falhas,desejos,impulsos e um sorriso lindo capaz desbancar qualquer defeito.
Coisas da vida...dedo de Deus...destino...
Não sei que nome dar,nem sei ao certo a que me apegar,talvez seja o porquê do vazio ao qual me referi lá em cima.
Foi troca,aprendizado,soma,valeu muito a pena ter compartilhado um ciclo da minha vida e ter me sentido tão completa.
A nova estação vem chegando fria,os ventos cortando o rosto,o acinzentado do dia traz nostalgia. Os raios de sol se tornam cada vez mais raros. As árvores estão desfolhadas e o mar, bravo demais pra sentar na pedra e ver as ondas quebrarem.
É hora de aquietar o coração,deixar o tempo falar por si e viver a calmaria que aquele turbilhão de sentimentos tanto tempo roubou de mim.
Silêncio... paz...tranqüilidade...
Seria arriscado demais voar no outono!

3 comentários:

  1. "Seria arriscado demais voar no outono!"

    Muito bom... me identifiquei DEMAAIS com esse trecho!

    Lindo, minha preta.. é se conhecendo que a gente se sustenta.

    TE AMO

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  2. Olá,nem te conheço,mas queria te parabenizar!
    Primeiro pelo texto,depois por esse amor que você sente.
    É tão dificil um amor assim!
    Que lindoo!

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